Preços do Café Disparam com Ameaças Climáticas ao Fornecimento Global

Arábica e Robusta em Alta Histórica
O mercado de café continua a enfrentar uma alta expressiva. Na última quarta-feira, o contrato de café arábica de março (KCH25) encerrou com alta de +14,20 (+4,60%), enquanto o robusta ICE de janeiro (RMF25) subiu +358 (+6,92%). O café arábica de março alcançou um novo recorde contratual, e o contrato de dezembro registrou uma alta não vista em 47 anos. Já o café robusta de janeiro registrou seu maior valor em quase dois meses.

Os preços estão sendo impulsionados por condições climáticas adversas nos maiores produtores globais de café, Brasil e Vietnã. Eventos climáticos como o El Niño, que trouxe seca severa à América do Sul e Central, ameaçam severamente a oferta global.

Impactos no Brasil e Colômbia
O Brasil, maior produtor de café do mundo, enfrenta seu período mais seco desde 1981, segundo o Cemaden. A falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento dos cafeeiros durante o estágio de floração, comprometendo as projeções para a safra de arábica 2025/26. Em Minas Gerais, maior área produtora de café arábica do país, chuvas ficaram em apenas 6 mm na última semana, 10% da média histórica, conforme a Somar Meteorologia.

A Colômbia, segundo maior produtor de arábica, também sente os impactos do El Niño. Apesar de sinais de recuperação, a produção ainda está abaixo do esperado, agravando o cenário de oferta restrita no mercado internacional.

Desafios no Vietnã
O Vietnã, líder global na produção de robusta, está enfrentando sua menor safra em quatro anos. O USDA FAS projeta que a produção de robusta do país cairá para 27,9 milhões de sacas em 2024/25, em comparação com 28 milhões no ciclo anterior. Além disso, chuvas intensas têm atrasado a colheita, aumentando as incertezas no mercado. As exportações vietnamitas de café de janeiro a outubro caíram 11,1% em relação ao ano anterior, conforme relatório do Departamento Geral de Alfândega do Vietnã.

Consequências no Mercado Global
A oferta apertada de robusta e os riscos à produção de arábica têm levado a um rali nos preços, com impactos diretos no custo final do café em países consumidores. A tendência de alta é reforçada por relatórios climáticos que apontam a persistência do clima desfavorável nas principais regiões produtoras.

Perspectivas para o Setor
A continuidade dos problemas climáticos e a baixa disponibilidade nos estoques globais devem manter os preços em alta no curto e médio prazo. No entanto, o mercado também aguarda a recuperação gradual das safras nos países produtores, o que poderá trazer maior equilíbrio ao setor.

Essa combinação de fatores destaca a crescente vulnerabilidade do mercado de café às mudanças climáticas, exigindo esforços coordenados para mitigar seus efeitos.

Fonte: Rich Asplund - Barchart

Na opinião do Joãozinho grafista o mercado em NY acima de 300 e 315 a próxima resistência é nos 330 , 340 e 350.  Somente abaixo de 300 voltaremos para 285 , 275 e 250 .

Consultor: João Santaella Neto, popularmente conhecido como Joãozinho Grafista há 25 anos, é especialista em mercado de café, oferecendo cursos voltados para produtores e corretores que desejam aprofundar seus conhecimentos em análise técnica de café. Ele ensina a interpretar as oscilações de preços no mercado e a aplicar estratégias de proteção financeira, como o hedge na Bolsa de Valores brasileira (B3).

Atualmente, João desempenha um papel como agente autônomo de investimentos, representando a corretora Terra Investimentos, além de conduzir um programa de mentoria mensal. Nesse programa, envia diariamente áudios com análises técnicas detalhadas, incluindo tendências de preços e atualizações relevantes do mercado.

Essa abordagem prática e informativa permite aos participantes entenderem melhor o mercado e tomarem decisões estratégicas com maior confiança.

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