Ministério promove Incentivo à Produção de Mel, Leite, Cacau, Pescado e Fruticultura
"Conseguimos lançar polos que organizam desde a produção até o suporte para formalização, permitindo que pequenos produtores tenham acesso ao mercado formal."
Incentivo à Produção de Mel, Leite, Cacau, Pescado e Fruticultura no Nordeste
O Nordeste, uma das regiões mais ricas em biodiversidade e potencial produtivo no Brasil, conta atualmente com 11 rotas integradas ao programa Rotas de Integração Nacional (Rotas), uma iniciativa do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) que visa promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável nas áreas priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Essas rotas englobam diversos setores produtivos da região, incluindo mel, leite, cacau, pescado, fruticultura, moda, avicultura caipira e economia circular.
A Secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR) do MIDR, Adriana Melo, destaca que o programa amplia oportunidades para emprego, geração de renda e integração territorial no Nordeste, promovendo o crescimento e a valorização dos recursos regionais. Segundo ela, "o projeto gera oportunidades de emprego e renda, inclusão social e, também, promove a integração territorial."
Potencial Regional e as Rotas de Desenvolvimento
A variedade das rotas evidencia o grande potencial do Nordeste para o desenvolvimento em diversas frentes, incluindo a Rota do Mel, Leite, Cacau, Cordeiro, Pescado, Fruticultura, Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), Moda, Biodiversidade, Economia Circular e Avicultura Caipira. Cada rota é projetada para valorizar as vocações produtivas locais, como explica o coordenador-geral de Sistemas Produtivos Inovadores (CGPI) do MIDR, Tiago Araújo:
"O Nordeste é um celeiro de inovações tecnológicas e de grande potencial produtivo. O trabalho com essas cadeias respeita as particularidades territoriais e culturais, e busca promover sustentabilidade e inovação. A Rota do Cordeiro, por exemplo, destaca-se com o maior número de pequenos ruminantes do país, enquanto a Rota da Biodiversidade explora as riquezas naturais específicas da região."
Destaque para a Rota da Fruticultura
A Rota da Fruticultura, presente em estados como Alagoas e Ceará, é um exemplo de integração e fortalecimento de cadeias produtivas locais. Em Palmeiras dos Índios, Alagoas, a escolha pela cidade se deu pelo grande número de agricultores familiares, mais de 16 mil famílias, envolvidas na produção de frutas. Luciano Monteiro da Silva, presidente da Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira dos Índios (Carpil), destaca o impacto social e econômico:
"O envolvimento de tantas famílias na Rota da Fruticultura tem gerado emprego e renda, além de promover o intercâmbio de técnicas e a expansão para mercados internos e externos."
Além de Alagoas, há estudos para implementação da rota na Bahia, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, consolidando a Rota da Fruticultura como referência nacional.
Avicultura Caipira: Valorização da Produção Local
O segmento da Avicultura Caipira, também integrado ao programa, ganhou destaque na Paraíba e Sergipe. Wendell Lima, zootecnista e coordenador do primeiro Polo da Avicultura Caipira do Brasil, destaca que essa atividade, antes subestimada, agora recebe a devida visibilidade e apoio:
"Conseguimos lançar polos que organizam desde a produção até o suporte para formalização, permitindo que pequenos produtores tenham acesso ao mercado formal."
Ações no Semiárido e Inovações no Ceará
A Rota do Leite, do Mel e do Cordeiro têm impacto direto no semiárido, especialmente no Ceará, onde tecnologias de monitoramento e rastreamento, como o BeeWeb (colmeias inteligentes) e o SertãoBlock (rastreabilidade de pequenos ruminantes), foram desenvolvidas. João Paulo Arcelino, diretor-geral do Instituto Federal do Ceará (IFCE) em Boa Viagem, destaca a importância dessas inovações:
"As rotas têm transformado a produção no semiárido ao associar práticas produtivas sustentáveis e tecnologia, gerando sustentabilidade ambiental e econômica."
Rota do Pescado e Fortalecimento da Cadeia Produtiva
No Rio Grande do Norte, a Rota do Pescado inclui ferramentas de gestão como o Atlas do Camarão, que apoia decisões e a comunicação entre produtores. Jean Berg, professor da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), observa que o programa contribui para a organização das cadeias produtivas e para a melhoria da qualidade dos produtos. Ele enfatiza a importância da continuidade da iniciativa:
"Com a expansão do programa, mais produtores terão condições de aumentar a renda e a competitividade, resultando em melhorias nas condições de vida."
Conclusão
As Rotas de Integração Nacional têm sido fundamentais para o fortalecimento das economias locais e o desenvolvimento sustentável da região Nordeste, criando oportunidades para milhares de produtores. Ao investir na infraestrutura, na capacitação e em soluções tecnológicas, o MIDR e seus parceiros contribuem para o fortalecimento e a valorização das cadeias produtivas regionais, consolidando o Nordeste como referência em diversidade produtiva e inovação sustentável.