Queijo Minas Artesanal é confirmado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO
O dia 4 de dezembro de 2024 marca um capítulo histórico para Minas Gerais, o Brasil e a cultura mundial.
Governo de Minas Gerais celebra reconhecimento histórico dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
Unesco anuncia decisão em reunião realizada em Assunção, no Paraguai
O dia 4 de dezembro de 2024 marca um capítulo histórico para Minas Gerais, o Brasil e a cultura mundial. Nesta data, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) foram oficialmente reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O anúncio, feito durante a 18ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Unesco, em Assunção, Paraguai, coloca Minas Gerais em evidência global. Trata-se do primeiro produto da cultura alimentar brasileira incluído na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, reforçando a singularidade e importância do queijo mineiro como símbolo da identidade cultural e da tradição gastronômica do estado.
Pronunciamento do governador Romeu Zema
Em um discurso emocionado no Palácio da Liberdade, o governador Romeu Zema destacou a relevância do título:
"Hoje é um dos dias mais especiais do meu governo. Após um longo trabalho, conquistamos o reconhecimento da Unesco. Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal agora são oficialmente Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade. Esse é um produto que representa a nossa mineiridade e que, além de enaltecer a cultura de Minas, impulsionará o turismo e trará mais renda para milhares de produtores familiares em nosso estado.”
Zema também ressaltou a exclusividade do título:
"Somos um dos poucos estados no mundo com um alimento reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e o primeiro no Brasil. Esse reconhecimento é motivo de orgulho e celebração para todos os mineiros."
Reconhecimento e impacto cultural
O título celebra os territórios produtores do Queijo Minas Artesanal, os saberes ancestrais transmitidos por gerações e o modo de vida das comunidades mineiras. A certificação reforça a valorização da cultura local, cria oportunidades de fortalecimento econômico para pequenos produtores e potencializa o turismo de experiência, permitindo que visitantes conheçam de perto a origem e a história dessa iguaria.
"Os modos de fazer valorizam as pessoas e os produtores que mantiveram essa tradição por mais de 300 anos. Isso potencializa o turismo de experiência, permitindo que o público vivencie a história do queijo, conheça nossas pequenas propriedades e se conecte com a hospitalidade mineira," destacou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.
Caminho até o reconhecimento
O processo para a candidatura do QMA teve início em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro. Desde então, o Governo de Minas, em parceria com a Secult-MG, o Iepha-MG, o Iphan, o Ministério da Cultura, o Sebrae-MG e a Emater-MG, trabalhou para garantir o reconhecimento internacional.
De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, diversas ações foram realizadas para aprimorar a qualidade e a produção do QMA:
"Por trás deste reconhecimento estão avanços em práticas de fabricação, melhorias na legislação, pesquisas e defesa agropecuária. Esse título vai valorizar ainda mais o nosso queijo e abrir portas para novos mercados."
Comemorações em Belo Horizonte e no interior
Para celebrar o título, o Governo de Minas organizou uma série de eventos culturais e gastronômicos:
- Show de drones com projeções de imagens de queijos e símbolos da cultura mineira no céu de Belo Horizonte e em dez cidades produtoras do QMA.
- Apresentação do maior queijo minas padrão do mundo na Igrejinha da Pampulha, em 15/12.
- Feira de queijos artesanais, com mais de 20 produtores, nos jardins do Palácio da Liberdade.
- Roteiro turístico especial, com 80 jornalistas de todo o país visitando as dez regiões produtoras.
Potencial econômico
Com cerca de 9 mil produtores e uma produção anual de 40 mil toneladas, o Queijo Minas Artesanal movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano, gerando 50 mil empregos diretos e indiretos.
O reconhecimento da Unesco não apenas exalta a cultura mineira, mas também posiciona o QMA como uma potência econômica e cultural no Brasil e no mundo. O título reforça a importância de preservar tradições, incentivar o turismo e fortalecer as comunidades produtoras.
Minas Gerais celebra, assim, uma conquista que une passado, presente e futuro, destacando o queijo mineiro como um verdadeiro símbolo da mineiridade e da gastronomia global.