QUEIMADAS em uma extensa área do Brasil

Baixa umidade do ar e ventos potencializam queimadas

QUEIMADAS em uma extensa área do Brasil




Baixa umidade do ar e ventos potencializam queimadas do centro ao nordeste do Brasil

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, ao longo de 2024, até esta terça-feira (17), o Brasil registrava mais de 188 mil focos de queimadas

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indicam que, em uma extensa área do Brasil, que vai do centro do país, onde estão estados como Mato Grosso e Goiás, até o litoral nordestino, incluindo regiões do Ceará e Rio Grande do Norte, há um alerta de perigo devido à baixa umidade do ar e à presença de vendavais ao longo desta semana.









Segundo o meteorologista do INMET, Heráclito Alves, essas condições climáticas aumentam o risco de queimadas e a propagação do fogo em áreas já afetadas. "Durante os meses de agosto e setembro, que são períodos de estiagem, a baixa umidade se prolonga por vários dias, criando um ambiente favorável para o surgimento de queimadas. Além disso, as temperaturas elevadas, que podem chegar a 38°C ou até 42°C em algumas regiões do Centro-Oeste, aliadas aos ventos fortes, facilitam a propagação do fogo e intensificam os incêndios já existentes", afirma Alves.

O INMET classifica as regiões em diferentes níveis de alerta: áreas em amarelo indicam umidade entre 30% e 20% (perigo potencial); áreas em laranja apresentam variação entre 20% e 12% (perigo); e a cor vermelha sinaliza grande perigo, com umidade abaixo de 12%.

Queimadas no Brasil

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil já registrou 188.623 focos de queimadas em 2024, até esta terça-feira (17). O estado do Mato Grosso responde por 41.527 desses focos, seguido pelo Pará, com 33.066, e o Amazonas, com 19.996.

O tenente-coronel Anderson Ventura, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, ressalta que, apesar da legislação proibir a queima de vegetação, mais de 90% dos incêndios florestais são causados por atividades humanas. "As pessoas utilizam fogo para limpar terrenos, queimar lixo, ou até mesmo em acampamentos, para se aquecerem. Muitas vezes, após esses usos, não apagam corretamente o fogo, o que pode levar a grandes incêndios. O ideal seria que, durante esse período crítico, a população evitasse qualquer uso de fogo", alerta Ventura.

Ações de combate às queimadas

Diante do agravamento das queimadas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, autorizou a abertura de crédito extraordinário ao governo federal para intensificar o combate aos incêndios florestais, principalmente na Amazônia e no Pantanal. Esse crédito, segundo o STF, ficará fora dos limites da meta fiscal estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal, garantindo recursos imediatos para ações de emergência.

O governo federal deverá alocar R$ 514,5 milhões para medidas emergenciais de combate aos incêndios e à estiagem que afeta parte do Norte do país e a Amazônia Legal. Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Polícia Federal, irá destinar equipes para investigações em campo e para a contratação de brigadistas. A Força Nacional de Segurança Pública também receberá reforço de 180 profissionais para atuar nos próximos cem dias, a fim de combater os efeitos dos incêndios em áreas críticas.