STF concede prisão domiciliar para dona de clínica investigada por morte de influenciadora após procedimento estético
Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, e a modelo Aline Maria Ferreira Reprodução/Redes Sociais O Supremo Tribunal Federal determinou que a prisão da dona da clínica de estética Ame-se, Grazielly da Silva Barbosa, fosse convertida em prisão domiciliar. A investigada foi presa após a modelo Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morrer depois de fazer um procedimento estético para aumentar o bumbum com ela, em Goiânia. A decisão foi publicada pelo ministro Alexandre de Morais na quarta-feira (31). A dona da clínica tinha sido presa no dia 3 de julho. Na ocasião, a empresa dela também foi interditada pela Vigilância Sanitária por não ter alvará de funcionamento e nem responsável técnico. Ao g1, o advogado de Grazielly, Thiago Hauscar, disse que aguarda a conclusão do inquérito policial com os devidos laudos para poder definir a linha da defesa. Além disso, disse que Grazielly jamais quis esse resultado, se referindo à morte de Aline, e que a defesa expressa solidariedade à família de Aline. Sobre a decisão do STF, a defesa de Grazielly ainda disse que entrou com o pedido de habeas corpus com a justificativa de que, além da investigada preencher os requisitos necessários, ela tem uma filha com menos de 9 anos que necessita de cuidados da mãe. Ainda afirmou que a criança não tem outra pessoa que possa cuidar dela, uma vez que os pais de Grazielly teriam câncer e passam por quimioterapia. O g1 entrou também em contato com a defesa da família de Aline solicitando um posicionamento sobre a decisão, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Crimes investigados De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pela investigação do caso, Grazielly está sendo investigada por: crimes contra as relações de consumo: ela teria mentido sobre sua qualificação, induzido pacientes a erro ao não prestar informações adequadas sobre os procedimentos realizados e não explicado os riscos envolvidos na aplicação de polimetilmetacrilato, substância plástica conhecida por PMMA; exercício ilegal da medicina e execução de serviço de alta periculosidade; possível lesão corporal seguida de morte da influenciadora Aline Maria: delegada aguarda a conclusão de um laudo pericial que vai indicar se o preenchimento no bumbum teve ou não relação com a morte da influenciadora. Em nota, a fabricante do PMMA, MTC Medical, informou que as investigações do caso apontam que produto que foi injetado foi retirado de potes da bolsa da falsa biomédica e que as seringas foram então enchidas com esse material. Esse manejo, segundo a fabricante, é totalmente distinto do PMMA legítimo, o qual é vendido exclusivamente a médicos (leia nota na íntegra ao final do texto). Para a advogada da família de Aline, Julianna Andrade, caso a empresária tenha usado um produto clandestino ou adulterado, ela teria assumido o risco de matar a influenciadora. Morte de influencer Aline veio de Brasília para Goiânia e passou pelo procedimento no dia 23 de junho. O marido da influenciadora disse à polícia que a aplicação foi rápida e eles retornaram para Brasília no mesmo dia, com Aline aparentando estar bem, apesar de já sentir muitas dores. Com o passar dos dias, segundo a delegada, as dores não diminuíram e a influencer passou a apresentar fraqueza e febre. Mesmo medicada, a influenciadora continuou com febre, e no dia 26, começou a sentir dores na barriga. No dia 27, Aline piorou e desmaiou. Ele a levou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ficou por um dia, pois a unidade não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois, Aline foi transferida para um hospital particular da Asa Sul. Lá, precisou ser entubada na UTI e teve duas paradas cardíacas. Aline morreu dia 2 de julho e o corpo dela foi velado e sepultado no dia 4, no cemitério Campo da Esperança do Gama. Segundo o marido da influencer Aline Maria Ferreira, Pablo Batista, o procedimento feito com a dona da clínica Ame-se durou cerca de 15 minutos. “Ela [Grazielly] tirou várias seringas do armário e retirou um produto de dentro de sua bolsa pessoal [...]. O produto que aplicou não estava em geladeira”, narrou a polícia acerca do depoimento do marido de Aline. "Grazielly foi abrindo as seringas e de uma por uma enchendo com o líquido que estava dentro do frasco [...], aplicou anestesia em Aline nas duas nádegas. O procedimento foi rápido, durando cerca de 15 minutos”, continuou o depoimento. Pablo ainda disse que, após o procedimento, Aline sentiu dores de barriga, febre, desmaiou e teve uma parada cardíaca. Ele ainda contou à polícia que Grazielly chegou a tentar convencê-lo a não levar a mulher ao hospital.


Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, e a modelo Aline Maria Ferreira Reprodução/Redes Sociais O Supremo Tribunal Federal determinou que a prisão da dona da clínica de estética Ame-se, Grazielly da Silva Barbosa, fosse convertida em prisão domiciliar. A investigada foi presa após a modelo Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morrer depois de fazer um procedimento estético para aumentar o bumbum com ela, em Goiânia. A decisão foi publicada pelo ministro Alexandre de Morais na quarta-feira (31). A dona da clínica tinha sido presa no dia 3 de julho. Na ocasião, a empresa dela também foi interditada pela Vigilância Sanitária por não ter alvará de funcionamento e nem responsável técnico. Ao g1, o advogado de Grazielly, Thiago Hauscar, disse que aguarda a conclusão do inquérito policial com os devidos laudos para poder definir a linha da defesa. Além disso, disse que Grazielly jamais quis esse resultado, se referindo à morte de Aline, e que a defesa expressa solidariedade à família de Aline. Sobre a decisão do STF, a defesa de Grazielly ainda disse que entrou com o pedido de habeas corpus com a justificativa de que, além da investigada preencher os requisitos necessários, ela tem uma filha com menos de 9 anos que necessita de cuidados da mãe. Ainda afirmou que a criança não tem outra pessoa que possa cuidar dela, uma vez que os pais de Grazielly teriam câncer e passam por quimioterapia. O g1 entrou também em contato com a defesa da família de Aline solicitando um posicionamento sobre a decisão, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Crimes investigados De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pela investigação do caso, Grazielly está sendo investigada por: crimes contra as relações de consumo: ela teria mentido sobre sua qualificação, induzido pacientes a erro ao não prestar informações adequadas sobre os procedimentos realizados e não explicado os riscos envolvidos na aplicação de polimetilmetacrilato, substância plástica conhecida por PMMA; exercício ilegal da medicina e execução de serviço de alta periculosidade; possível lesão corporal seguida de morte da influenciadora Aline Maria: delegada aguarda a conclusão de um laudo pericial que vai indicar se o preenchimento no bumbum teve ou não relação com a morte da influenciadora. Em nota, a fabricante do PMMA, MTC Medical, informou que as investigações do caso apontam que produto que foi injetado foi retirado de potes da bolsa da falsa biomédica e que as seringas foram então enchidas com esse material. Esse manejo, segundo a fabricante, é totalmente distinto do PMMA legítimo, o qual é vendido exclusivamente a médicos (leia nota na íntegra ao final do texto). Para a advogada da família de Aline, Julianna Andrade, caso a empresária tenha usado um produto clandestino ou adulterado, ela teria assumido o risco de matar a influenciadora. Morte de influencer Aline veio de Brasília para Goiânia e passou pelo procedimento no dia 23 de junho. O marido da influenciadora disse à polícia que a aplicação foi rápida e eles retornaram para Brasília no mesmo dia, com Aline aparentando estar bem, apesar de já sentir muitas dores. Com o passar dos dias, segundo a delegada, as dores não diminuíram e a influencer passou a apresentar fraqueza e febre. Mesmo medicada, a influenciadora continuou com febre, e no dia 26, começou a sentir dores na barriga. No dia 27, Aline piorou e desmaiou. Ele a levou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ficou por um dia, pois a unidade não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois, Aline foi transferida para um hospital particular da Asa Sul. Lá, precisou ser entubada na UTI e teve duas paradas cardíacas. Aline morreu dia 2 de julho e o corpo dela foi velado e sepultado no dia 4, no cemitério Campo da Esperança do Gama. Segundo o marido da influencer Aline Maria Ferreira, Pablo Batista, o procedimento feito com a dona da clínica Ame-se durou cerca de 15 minutos. “Ela [Grazielly] tirou várias seringas do armário e retirou um produto de dentro de sua bolsa pessoal [...]. O produto que aplicou não estava em geladeira”, narrou a polícia acerca do depoimento do marido de Aline. "Grazielly foi abrindo as seringas e de uma por uma enchendo com o líquido que estava dentro do frasco [...], aplicou anestesia em Aline nas duas nádegas. O procedimento foi rápido, durando cerca de 15 minutos”, continuou o depoimento. Pablo ainda disse que, após o procedimento, Aline sentiu dores de barriga, febre, desmaiou e teve uma parada cardíaca. Ele ainda contou à polícia que Grazielly chegou a tentar convencê-lo a não levar a mulher ao hospital.