Brasil depende de poucos países para principais importações, aponta estudo
Estudo revela que Brasil depende de 1 ou 2 países para maioria das importações, com destaque para o óleo diesel vindo dos EUA.

Estudo revela alta dependência do Brasil de poucos países para principais importações
Um estudo recente da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados revela que o Brasil apresenta forte concentração em sua pauta de importações. A análise, baseada em dados do sistema Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostra que entre 2015 e 2024, a maioria dos dez produtos mais importados pelo país teve como origem apenas um ou dois países.
Em 2023, por exemplo, sete dos dez itens mais importados estavam concentrados dessa forma — e cinco deles vieram dos Estados Unidos. O país norte-americano lidera como principal fornecedor de produtos estratégicos para o Brasil na última década.
O levantamento considerou o valor em dólares das importações, e não o volume físico. Os produtos analisados representaram de 8% a 22% do total das importações brasileiras ao longo dos anos. Em 2024, essa participação foi de 16,6%. Para a classificação de “alta concentração”, foram considerados produtos cuja origem em um ou dois países corresponde a mais de 60% do volume financeiro importado. Em todos os anos avaliados, ao menos seis produtos preencheram esse critério. Em 2021 e 2022, esse número chegou a nove.
Diesel lidera entre os itens mais importados
Dos 28 produtos que integraram o ranking dos dez mais importados entre 2015 e 2024, apenas três estiveram presentes em todos os anos: óleo diesel, óleos brutos de petróleo e cloretos de potássio — este último, amplamente utilizado na produção de fertilizantes.
O óleo diesel, em particular, se destaca como o item mais importado do Brasil, ocupando o primeiro lugar no ranking de 2016 a 2023. A dependência do produto em relação a poucos fornecedores é significativa: entre 2016 e 2020, mais de 74% do diesel importado pelo Brasil veio dos Estados Unidos. Em alguns anos, a participação norte-americana chegou a ultrapassar 80%.
Essa dependência acentuada de poucos países para itens essenciais da economia brasileira levanta preocupações sobre a segurança e estabilidade da cadeia de suprimentos, sobretudo em momentos de crise geopolítica ou flutuações de mercado.
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