Comitê de Emergência para Mpox INSTALADO

Segundo o Ministério da Saúde, desde o início do surto de Mpox em 2022 até o presente momento, o Brasil registrou 12.215 casos confirmados ou prováveis da doença.

Comitê de Emergência para Mpox INSTALADO






























Ministério da Saúde Instala Comitê de Emergência para Mpox

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (15) a instalação de um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox. Durante reunião na sede da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), onde o COE foi implementado, a secretária Ethel Maciel destacou as principais medidas para conter a disseminação da doença. Entre as ações, estão:

  • Ampliação da capacidade de diagnóstico;
  • Negociação para a compra de medicamentos para o tratamento da Mpox, como o Tecovirimat;
  • Negociação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para aquisição emergencial de 25 mil doses de vacinas;
  • Atualização do Plano de Contingência 2024.

A Secretaria de Vigilância em Saúde ressaltou que, embora a OMS tenha decretado a situação de emergência de saúde global devido aos casos de Mpox na África, o Brasil ainda se encontra em nível 1, ou seja, em situação de normalidade. Isso se deve ao fato de que o país não registrou nenhum caso da variante 1b do vírus Mpox, considerada mais transmissível e potencialmente causadora de doenças mais graves. Até o momento, essa cepa já foi identificada em países como a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo e Ruanda.

Durante o webinário "Situação Epidemiológica e Resposta à Mpox no Brasil", realizado na terça-feira (13), o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Draurio Barreira, destacou a importância de manter as medidas preventivas, mesmo que os casos no Brasil não sejam expressivos. "Estamos vendo um aumento sem precedentes na África. E, com a globalização, um caso em qualquer lugar do mundo representa o risco de se tornar uma epidemia global. A iniciativa do webinário é uma antecipação para que não sejamos pegos de surpresa, caso surja uma nova pandemia", afirmou Barreira.

Perfil dos Casos no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, desde o início do surto de Mpox em 2022 até o presente momento, o Brasil registrou 12.215 casos confirmados ou prováveis da doença. Destes, 91,3% são pacientes do sexo masculino e 70% têm entre 19 e 39 anos. Somente em 2024, foram confirmados 696 casos, além de 13 casos prováveis, sendo 85,9% dos infectados do sexo masculino, 44% com idades entre 30 e 39 anos, e 30,6% entre 18 e 29 anos. Este ano, foram contabilizadas 49 hospitalizações, incluindo cinco em UTI. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos por Mpox, todos do sexo masculino e com idades entre 26 e 35 anos. O último óbito no Brasil foi confirmado em 17 de abril de 2023.

O diretor Draurio Barreira ressaltou a importância de estar atento aos sintomas e buscar tratamento imediato. "Embora não tenhamos um teste rápido, os testes disponíveis são de grande precisão, como os moleculares ou de sequenciamento genético. No entanto, não podemos esperar pelo diagnóstico laboratorial definitivo para evitar a transmissão da doença. Diante de sintomas como pústulas, erupções cutâneas ou feridas, devemos considerar imediatamente a possibilidade de Mpox, isolar o paciente e iniciar o tratamento de suporte disponível", afirmou.

Durante a reunião de instalação do COE, o Ministério da Saúde reiterou a recomendação de vacinação contra Mpox para os seguintes grupos:

  • Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com 18 anos ou mais, e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses;
  • Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), com idades entre 18 e 49 anos;
  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de indivíduos suspeitos, prováveis ou confirmados para Mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme as recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.