Conheça mais sobre a RODOVIA da MORTE no país
"Historicamente, essa rodovia foi projetada para interligar capitais litorâneas, o que acabou por conectá-la com diversas outras vias importantes. Isso resultou em um fluxo massivo de veículos, o que naturalmente eleva a probabilidade de acidentes."

BR-101 mantém título de rodovia mais perigosa do Brasil
No primeiro semestre deste ano, a rodovia registrou 943 feridos e 22 mortes em acidentes
A BR-101, uma das principais vias de transporte do Brasil, continua a carregar o triste apelido de "rodovia da morte". Com mais de 4,6 mil quilômetros de extensão, atravessando o país desde Touros (RN) até São José do Norte (RS), a estrada é uma das mais movimentadas e perigosas do Brasil. No primeiro semestre deste ano, os trechos mais críticos da rodovia registraram 943 pessoas feridas em acidentes, que resultaram em 22 mortes.
De acordo com um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre janeiro e junho de 2023, foram contabilizados 35,2 mil acidentes em todas as rodovias federais, causando 40.560 feridos e 2.908 mortes. Comparado ao mesmo período de 2022, houve um aumento significativo tanto no número de acidentes quanto no número de mortos.
Fatores que aumentam a periculosidade da BR-101
O especialista em mobilidade, professor Carlos Penna Brescianini, oferece uma explicação para o alto índice de acidentes na BR-101: "Historicamente, essa rodovia foi projetada para interligar capitais litorâneas, o que acabou por conectá-la com diversas outras vias importantes. Isso resultou em um fluxo massivo de veículos, o que naturalmente eleva a probabilidade de acidentes."
Além do tráfego intenso, Brescianini ressalta que o desconhecimento e o desrespeito às leis de trânsito e sinalização contribuem significativamente para os acidentes. Paulo Guedes, chefe da Coordenação de Prevenção e Atendimento de Sinistros da PRF, complementa: "As vias são projetadas para garantir a segurança, mas quando motoristas fazem ultrapassagens em locais proibidos, desrespeitando faixas contínuas e ignorando a falta de visibilidade, eles criam situações altamente perigosas, como colisões frontais, que geralmente são fatais."
Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná lideram acidentes fatais
Minas Gerais, o estado com a maior malha rodoviária do Brasil, lidera o ranking de acidentes no primeiro semestre de 2023, com 4.439 ocorrências. Santa Catarina segue com 4.134, e o Paraná aparece em terceiro com 3.592 acidentes registrados.
No que diz respeito às mortes, Minas Gerais também lidera, com 354 vítimas fatais em suas rodovias federais, seguido pela Bahia, com 329 mortes, e o Paraná, com 274. Segundo Paulo Guedes, muitos desses acidentes fatais estão ligados à desatenção dos motoristas. "A falta de atenção é um fator determinante, principalmente quando veículos entram na via sem observar o tráfego em volta", afirma. O uso de celular ao volante e conversas com passageiros são possíveis causas dessa distração perigosa.
A crescente preocupação com os acidentes nas rodovias, em especial na BR-101, ressalta a importância de reforçar campanhas de conscientização sobre segurança no trânsito, além de investimentos em infraestrutura que ajudem a reduzir o número de sinistros.