Preços do café sustentados por receios de oferta global
Rich Asplund - Barchart
O café arábica para março (KCH25) subiu hoje +3,60 (+1,18%), enquanto o café robusta ICE para janeiro (RMF25) avançou +88 (+1,72%).
Os preços do café estão moderadamente mais altos hoje, mas ainda abaixo das máximas registradas na segunda-feira. Na ocasião, o arábica para março alcançou uma alta contratual, enquanto o arábica de dezembro atingiu o maior valor em 27 anos nos futuros de curto prazo. O robusta para janeiro, por sua vez, chegou ao maior patamar em 7 semanas.
O aumento nos preços reflete preocupações com danos de longo prazo à safra de café, devido à seca no Brasil. Desde abril, as precipitações no país têm ficado consistentemente abaixo da média, afetando os cafeeiros em uma etapa crucial de floração e reduzindo as projeções para a safra de café arábica 2025/26. O Brasil enfrenta o período mais seco desde 1981, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
As chuvas abaixo da média podem impactar negativamente a produção brasileira de café, contribuindo para a alta nos preços. De acordo com a Somar Meteorologia, na semana passada, Minas Gerais – maior área produtora de café arábica do Brasil – registrou apenas 6 mm de chuva, equivalente a 10% da média histórica.
Os preços do café também refletem dados divulgados na última quinta-feira pelo Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do USDA. A estimativa para a produção de café no Brasil em 2024/25 foi revisada para 66,4 milhões de toneladas, abaixo da previsão anterior de 69,9 milhões de toneladas. Além disso, os estoques de café do Brasil no final da temporada 2024/25, em junho, foram projetados em 1,2 milhão de sacas, representando uma redução de 26% em relação ao ano anterior.
A oferta limitada de robusta também contribui para a valorização do grão. Dados do Departamento Geral de Alfândega do Vietnã, divulgados em 11 de novembro, indicam que as exportações de café em outubro caíram 11,6% em relação ao mês anterior, totalizando 45.412 toneladas. No acumulado de janeiro a outubro, as exportações recuaram 11,1% em comparação ao ano anterior, somando 1,15 milhão de toneladas. Além disso, as fortes chuvas no Vietnã, maior produtor mundial de robusta, têm inundado plantações e podem atrasar a colheita, que está em sua fase inicial.