Em MINAS GERAIS latrões conseguem roubar milhões em Minério de Ferro

A apuração identificou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro que utilizava empresas de fachada

Em MINAS GERAIS latrões conseguem roubar milhões em Minério de Ferro
PCMG / Divulgação

Operação Angra Combate Comércio Ilegal de Minério de Ferro e Lavagem de Dinheiro em Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta quinta-feira (28/11) a Operação Angra, com o cumprimento de 36 mandados de busca e apreensão em 17 cidades do estado, incluindo Belo Horizonte e municípios das regiões Metropolitana e Central. A operação, conduzida pelo Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), visa desarticular um esquema criminoso de comércio ilegal de minério de ferro, que teria movimentado mais de R$ 260 milhões em apenas um ano e meio.

Contexto e Motivação

As investigações começaram após denúncias envolvendo uma Unidade de Tratamento Minerário (UTM) em Itabirito, na região Central de Minas Gerais. A unidade foi indiciada em 2023 por operar sem licenciamento ambiental e destruir áreas protegidas da Mata Atlântica. Este local era apontado como destino de minério de ferro de procedência ilícita, extraído no quadrilátero ferrífero, uma das principais áreas de mineração do Brasil.

Apesar das investigações anteriores e das acusações de crimes ambientais acumuladas ao longo de uma década, os responsáveis continuaram a operar, indicando a lucratividade e persistência no cometimento de atos ilícitos. Segundo a delegada-geral do Dema, Bianca Landau, isso motivou uma investigação mais aprofundada sobre o fluxo financeiro dos envolvidos.

Lavagem de Dinheiro e Empresas de Fachada

A apuração identificou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro que utilizava empresas de fachada registradas em nome de terceiros, conhecidos como "laranjas". Segundo o delegado Hugo Arruda, essas empresas eram usadas para ocultar a origem ilegal do minério e disfarçar os lucros obtidos.

“Recebiam minério de origem ilícita, beneficiavam o material e utilizavam empresas de fachada para simular legalidade. A movimentação financeira ultrapassou R$ 260 milhões no período investigado”, afirmou Arruda.

Crimes Investigados

Os delitos atribuídos ao grupo incluem:

  • Organização criminosa;
  • Lavagem de dinheiro;
  • Receptação qualificada;
  • Falsidade ideológica;
  • Sonegação fiscal;
  • Crimes ambientais.

Objetivo da Operação

A operação teve como foco a apreensão de documentos e objetos para aprofundar as investigações e viabilizar o correto indiciamento dos envolvidos. Os mandados foram cumpridos em cidades estratégicas, como Nova Lima, Congonhas, Contagem, Divinópolis, Sete Lagoas e outras, além da capital mineira.

Parcerias Institucionais

A Operação Angra contou com o apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG), que contribuíram com dados e análises para identificar os elos entre os crimes ambientais e financeiros.

Impactos e Relevância

Além de combater o comércio ilegal de minério de ferro, a operação busca reduzir os danos ambientais causados pela extração descontrolada e fortalecer o controle sobre a atividade minerária em Minas Gerais. A desarticulação do esquema criminoso representa um passo importante na preservação do patrimônio natural do estado e no combate ao crime organizado.

A Operação Angra segue em curso, com a expectativa de novos desdobramentos e indiciamentos nos próximos dias.

 AMP/press - Agência MINAS / Sindijori