Café de Minas Gerais amplia mercado na China - Sucesso na terra do chá

O programa Certifica Minas, do Governo de Minas, tem sido fundamental para agregar valor ao café mineiro e torná-lo mais competitivo no exterior.

Café de Minas Gerais amplia mercado na China - Sucesso na terra do chá
Diego Vargas / Seapa




Sucesso na terra do chá: café de Minas Gerais amplia mercado na China









Entre 2019 e 2023, as exportações de café de Minas Gerais para a China registraram um crescimento impressionante de 1.120% na receita e 780% no volume de embarques. Esse avanço é resultado tanto do aumento do consumo de café no país asiático quanto da capacidade de Minas Gerais em atender às demandas globais por alimentos de alta qualidade. A receita, que era de US$ 20,5 milhões em 2019, com um volume de 135 mil sacas de café, saltou para US$ 250 milhões e 1,2 milhão de sacas em 2023.

Diego Vargas / Seapa

Além do crescimento no volume exportado, o preço da saca de café também teve um aumento significativo, com uma valorização de 40% nos últimos cinco anos. Esse resultado comprova a aceitação crescente do café mineiro no mercado chinês, que busca produtos diferenciados e com maior valor agregado.

Para produtores como Allan Botrel, da Fazenda Monjolo, em Três Pontas, essa expansão abre novas oportunidades. Allan, que exporta café desde 2017, vê na China um mercado em ascensão, embora ainda não seja o maior entre seus clientes. Para ele, um dos diferenciais do café mineiro é a rastreabilidade, que garante confiança aos consumidores estrangeiros, especialmente quando associada à preservação ambiental.

Apoio do Certifica Minas

O programa Certifica Minas, do Governo de Minas, tem sido fundamental para agregar valor ao café mineiro e torná-lo mais competitivo no exterior. Segundo a extensionista agropecuária da Emater-MG em Três Pontas, Lívia Martinez, o programa oferece suporte técnico e normativo aos produtores que desejam exportar, focando em requisitos como segurança fitossanitária e identificação de origem.

“Além de adequar as propriedades às exigências internacionais, o programa auxilia especialmente os pequenos produtores e agricultores familiares a se organizarem conforme as legislações, agregando valor em todo o processo produtivo, desde o manejo sustentável até o cuidado com a saúde dos trabalhadores”, detalha Lívia.

Evolução no mercado chinês

A China, que tradicionalmente consome chá, tem visto uma transformação em seus hábitos de consumo, com o café ganhando espaço, especialmente entre os jovens e as mulheres. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), atualmente, um quarto da população chinesa — cerca de 330 milhões de pessoas — consome café, um mercado que tem mostrado um enorme potencial de crescimento.

Essa mudança cultural foi reforçada pelo acordo entre o Brasil e a rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee, a maior importadora de café brasileiro no país. A parceria prevê a compra de cerca de 120 mil toneladas de café brasileiro, com cifras que chegam a US$ 500 milhões, além de um compromisso de promover ativamente o café brasileiro nas mais de 16 mil lojas da rede na China.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, destaca a importância dessa conquista: "O reconhecimento da qualidade do nosso café por um mercado do porte da China fortalece as exportações e abre portas para outros alimentos mineiros. É resultado do comprometimento dos nossos produtores e do apoio contínuo do Governo de Minas."

Projeção para 2024

As exportações de café de Minas Gerais para a China continuam em ritmo acelerado. De janeiro a setembro de 2024, já foram enviados 627 mil sacas, gerando uma receita de US$ 134 milhões, um aumento de 35% no valor e 23% no volume em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento consolida Minas Gerais como um dos principais fornecedores de café para a China, com perspectivas de ampliação das exportações nos próximos anos.

 AMP/press - Agência MINAS / Sindijori