Deputada pede ao STF afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF
Deputada pede ao STF afastamento de Ednaldo Rodrigues da CBF e questiona validade de assinatura em acordo que validou eleição na entidade.

Deputada pede ao STF afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da CBF
Daniela Carneiro questiona legalidade de assinatura em acordo homologado no Supremo
Reeleito por unanimidade há pouco mais de um mês, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enfrenta uma nova crise que pode interromper seu mandato. Na noite de segunda-feira (6/5), a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil/RJ), também conhecida como Daniela do Waguinho, protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o afastamento imediato do dirigente e a revisão do acordo que validou o processo eleitoral da entidade em 2022.
A parlamentar alega que uma das assinaturas que respaldaram o acordo homologado pelo STF em fevereiro — a do ex-presidente da CBF e atual vice-presidente, Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes — seria falsa. A petição baseia-se no artigo 168 do Código Civil, que prevê a anulação de atos jurídicos em caso de vício de consentimento.
Um laudo pericial anexado ao documento aponta divergências entre a assinatura de Nunes no acordo e outras já reconhecidas como autênticas. A análise foi realizada pela perita Jacqueline Tirotti, da empresa Tirotti Perícias e Avaliações, que concluiu que a assinatura apresenta "características personalíssimas e imperceptíveis que divergem do punho periciado".
O laudo, contudo, tem histórico controverso. A Tirotti Perícias já teve conclusões contestadas em outras situações, como no caso de um vídeo falso envolvendo o padre Júlio Lancelotti e em uma suposta dívida da apresentadora Ana Hickmann. A perícia foi encomendada pelo vereador carioca Marcos Dias (Podemos), que também enviou denúncia ao Ministério Público, pedindo apuração formal.
Em nota, a CBF reafirmou seu compromisso com a legalidade, a transparência e a boa-fé institucional. A entidade afirma não ter sido formalmente notificada sobre o laudo, classificando sua divulgação como parte de uma “espetacularização midiática” que atenderia a interesses “não republicanos” e viriam de terceiros sem relação com o processo.
A pressão sobre Ednaldo Rodrigues cresce justamente às vésperas do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7580 no STF, previsto para o dia 28 de maio. A ação, iniciada em 2017, discute a legalidade do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público e a CBF, que permitiu mudanças no estatuto da entidade. Na prática, essas alterações ampliaram o poder de voto das 27 federações estaduais — cada uma com peso três — em relação aos clubes da primeira (peso dois) e segunda divisões (peso um).
O novo modelo estatutário permitiu a eleição de Rogério Caboclo em 2018. Ele acabou afastado por acusações de assédio sexual, mas o modelo permaneceu em vigor. Em 2022, novo acordo entre a CBF e o MP levou à promessa de revisão estatutária. Porém, em dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou o acordo e afastou Ednaldo Rodrigues da presidência. Pouco depois, uma liminar do ministro Gilmar Mendes no STF devolveu-o ao cargo.
Em fevereiro de 2024, Gilmar Mendes homologou o acordo que validava o processo eleitoral, arquivando a ação anterior. Contudo, com o pedido de vista do ministro Flávio Dino e sua conclusão, o julgamento retorna à pauta do STF, e seu desfecho pode ter impacto direto sobre a permanência de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF.
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